Apep

Apep, também conhecida por Apepi ou Aapep, surgiu a partir do toque da saliva de Néftis (divindade da obscuridade) em Num, as águas do oceano. Ela era um demônio, que vivia durante o dia no fundo do rio Nilo e à noite partia em busca do Deus Rá, divindade do sol.
Era representada pela forma de uma enorme serpente com cabeça humana, com 30 metros de comprimento, que enfrentava a divindade Rá ao anoitecer, no entanto a serpente era sempre morta por Rá ou outras divindades, mas na noite seguinte ressuscitava para tentar, mais uma vez, destruir o poderoso Deus solar. Além da fixação por Rá, a serpente do mal também tinha como meta destruir as demais divindades egípcias, todas as criaturas do mundo, o que incluía a humanidade.
Segundo seu mito, a serpente nunca quis dominar o mundo, mas, sim, destruí-lo completamente.
Por ter o corpo bastante flexível, tal como uma mola, para devorar suas vitimas, primeiramente, ela os hipnotizava e, depois, se jogava em direção a elas para devorá-las. Os seres que Apep conseguia partir em pedaços se tornavam imateriais e tinham como destino o inferno, já os seres que haviam sidos devorados por inteiro, eram salvos pelos deuses e levados para o paraíso.
Apep era conhecida também por ser a personificação do caos no submundo, como também da maldade e da destruição. Para os egípcios antigos o submundo era composto por doze portões, sendo que cada um deles representava uma hora da noite, sendo assim, Apep se encontrava no último dos doze portões para desafiar a entidade Rá.
Outro fato interessante que envolve a figura mitológica da enorme serpente é que quando ocorria um eclipse solar (fenômeno quando a Lua fica entre a Terra e o Sol, ocultando totalmente ou parcialmente a sua luz numa faixa terrestre) os egípcios antigos diziam que a sombra cobrindo o sol era o corpo de Apep, com o intuito de devorar a divindade Rá e destruir sua barca, a qual era o meio de transporte usado pela divindade para chegar ao paraíso. Para destruir a barca de Rá, Apep usava de dois artifícios, um deles era fazer ondulações com seu próprio corpo para formar bancos de areia no Nilo, e o outro era beber toda a água do rio para que a barca de Rá encalhasse, no entanto, ela nunca conseguia vencer as forças do bem. Devido a esse mito Apep passou a ser chamada de diversas maneiras, entre elas,"Serpente da lua", Lagarto terrível", "Serpente do Nilo" e também de ''Aquela que foi cuspida para fora".
O fim de Apep na mitologia do Egito Antigo ocorreu quando Hórus (Deus do céu), em sua última batalha , com o auxílio de Bastet, divindade da guerra , conseguiram prender a serpente no fundo do mar de escaravelhos no submundo, dessa forma, ela foi devorada e finalmente destruída.
Assim como todos os demônios do submundo, Apep também não era cultuada pelos os egípcios e nem tinha templos, mas as pessoas faziam rituais de proteção para se afastar dela, visto que ela era uma ameaça para toda a criação, o que incluía também os mortos. Tanto é que nas tumbas eram colocados papiros com orações, com o objetivo de atrair a serpente para um local onde seria cortada, esmagada e queimada no submundo.


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