Ammit

Companheira de Am-Heh no submundo, o demônio fêmea Ammit era conhecido por três denominações, as quais eram " Devoradora de Corações", "Devoradora" e "Grande morte". Ammit era considerada pelos os egípcios antigos como a personificação da retribuição divina de todos os males realizados na vida terrena, bem como aquela que executava as almas renegadas. Ela vivia em Duat, um lago de fogo no submundo, e era responsável por devorar os mortos que haviam sido considerados pecadores em Amenti, templo onde as almas dos mortos eram reunidas para terem seus corações pesados na balança da deusa Maat (divindade da justiça) e depois serem julgadas pelo deus Osíris (divindade da vida após a morte).
Ela possuía a cabeça de crocodilo, o corpo de leão e os membros inferiores de um hipopótamo. Vale lembrar que na mitologia egípcia tais animais eram descritos como maiores comedores de homens. Quando ocorriam os julgamentos, Ammit saía do lago de fogo e ia para o Salão do Mortos, em Amenti, e entrava em ação exatamente no momento em que o coração do morto, já na balança, se mostrava mais pesado do que a pena de Maat, em decorrência de estar repleto de más ações. Cabia, então, ao demônio fêmea, que se mantinha sentada ao lado da balança, se levantar e se aproximar do coração para devorá-lo, rasgando-o com suas garras e o engolindo. Em seguida, a fera se alimentava do restante da alma do morto, destruindo, assim, a sua imagem por completo. De acordo com os egípcios antigos a alma do falecido tinha decretada a sua segunda morte quando era destruída por Ammit.
Tanto quanto Am-Heh, Ammit não era cultuada e nem adorada pela civilização egípcia, pelo contrário, ela temida, o que pode ser comprovado em uma oração para afastá-la, descoberta na páginas do Livros dos Mortos, um dos maiores registros do cotidiano da civilização egípcia.
Ammit foi tida como um dos primeiros seres a existirem, era filha do universo e da essência, seu papel foi fundamental para pregação da ordem, da justiça e da imposição do bem sobre o mal, já que era uma das divindades mais temidas no Egito Antigo, pois ninguém queria ser devorada por ela no submundo. De certa maneira, pode-se dizer que a figura de Ammit impunha às pessoas terem uma vida terrena regrada e repleta de atitudes positivas e de bons hábitos, o que as levaria, consequentemente, à vida eterna e ao paraíso e, bem distantes do fato de serem devoradas por uma fera malévola.


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