Anit

Anit, na verdade, não era uma divindade egípcia, mas, sim uma deusa semita jovem da fertilidade e da guerra. Com a tomada do poder egípcio pelos hicsos em 1.780 a.C., durante a XIV e a XV dinastias faraônicas, diversas entidades semitas foram inseridas à mitologia egípcia, entre elas, Anit, que também era conhecida como Anat. Ela era tida como uma divindade da guerra e também da fertilidade, e era representada pela figura de uma mulher que usava a coroa do Alto Egito, com duas penas de avestruz e, segurava em uma mão uma clava (arma semelhante ao um pedaço grosso de madeira) e, na outra uma lança e um escudo.
Os reis hicsos foram responsáveis por tornar a divindade Anit popular no Egito Antigo, mas ela só passou a ser realmente ovacionada e cultuada pela sociedade egípcia, durante o reinado de Ramsés II, que foi de 1.279 a.C, a 1.213 a.C, na XIX dinastia. O faraó possuía grande respeito e admiração por Anit e a considerava sua protetora, sendo assim, ordenou a construção de um belo templo para a deusa, em Mênfis, e ainda nomeou seu cão e seu cavalo prediletos como Anit e, anos depois, teve uma filha que também recebeu o mesmo nome da deusa.
Na mitologia egípcia Anit teria surgido como filha do deus Rá (entidade do sol), no decorrer da disputa de Hórus (divindade do céu) e Seth (divindade das trevas) pelo poder do Egito Antigo. Ela seria a aliada e uma das mulheres de Seth. Nos textos traduzidos nas paredes das pirâmides e dos templos sagrados mostrava-se como uma entidade de temperamento explosivo e agressivo, já que exterminava seus inimigos de forma violenta e sanguinária. Mas, há textos em que Anit era também considerada uma entidade do bem, já que protegia as pessoas, os animais e as colheitas.
Um dado interessante é que seu nome se tornou uma espécie de adjetivo na língua egípcia e era usado junto a outras palavras para designar força e ferocidade. No fim da XIX dinastia sua figura foi difundida à deusa Neith, que era tida como a divindade da caça.


Estatueta de bronze de Anat 

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