Anúbis

Era a divindade da morte que auxiliava os egípcios antigos no processo de embalsamamento. Anúbis também tinha a função de julgar os atos dos falecidos, os conduzir até o Reino dos Mortos, além de guardar e vigiar as tumbas e as pirâmides. Ele era filho da deusa Néftis (divindade da obscuridade) com Osíris (Deus da vida após a morte). Casou-se com a deusa Anput, sua versão feminina de poderes divinos e juntos tiveram Kebechet, a entidade do frescor e da purificação da água, em que eram lavados os corpos dos mortos, durante a mumificação.
Os egípcios se referiam a Anúbis de diversas maneiras, entre elas, "Senhor da Necrópole", "Senhor da Terra Santa", "Senhor do Oeste".
A entidade também foi considerada o primeiro Deus a mumificar um corpo, já que quando Osíris foi cortado em sessenta e quatro pedaços por seu irmão Seth, Anúbis foi a divindade que embalsamou o corpo de Osíris, mostrando que dominava todas as técnicas desse procedimento, tornado-se, assim, a divindade da mumificação.
Outro papel de extrema importância desempenhado por Anúbis ocorria durante o julgamento final, visto que após o falecido ser mumificado, seu coração era entregue a Anúbis, que o colocava na balança de Maat, (divindade da justiça) para ser pesado junto a Pena da Verdade.
Se o órgão fosse mais pesado do que a pena, designaria que estava repleto de maldade e, imediatamente, era devorado pelo demônio Ammit, caso o coração fosse mais leve ou igual à pena, simbolizava bondade e, Anúbis o recolhia da balança e o levava para um barco, que atravessaria o Rio Nilo, rumo ao encontro do Deus Osíris, o qual levaria o morto ao paraíso, local onde o falecido teria vida eterna.
Anúbis era representado por um corpo de homem, que era especialmente pintado de preto para designar a tonalidade dos corpos embalsamados, e tinha a cabeça de cão, animal que passou a ser o seu símbolo, já que costumava rodear e perambular os cemitérios e se alimentar dos corpos que estavam enterrados em sepulturas com pouca profundidade.
Tal observação fez os egípcios antigos acreditarem que se um corpo não fosse embalsamado corretamente, ele seria, então, devorado por um Deus com cabeça de cachorro. Tal crença fez com que durante os rituais de mumificação, os sacerdotes de Anúbis usassem máscaras de cães.
As orações e os hinos para cultuar Anúbis eram pintadas nas paredes das pirâmides e dos templos sagrados. As cidades egípcias que mais cultuavam Anúbis foram Cinópolis e Licópolis e um dado interessante é que essas localidades se destacavam das demais pelo grande número de múmias e de cemitérios habitados por muitos cães.
Vale destacar que Anúbis foi considerado o principal Deus dos rituais fúnebres do Império Antigo (2.600 a.C. a 2.180 a.C.) até o Império Médio (2.040 a.C. a 1.780 a.C,), visto que, após esse período, o mito da divindade Osíris ganhou mais força e se popularizou, tornando-se, assim, a mais importante entidade relacionada à morte para os egípcios antigos.


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